Existe racismo reverso?

Há alguns posts respondemos à pergunta do porquê não existir o dia da consciência branca e hoje também falaremos sobre outra questão bastante polêmica: existe racismo reverso?

O termo “racismo reverso” foi muito utilizado em setembro de 2020, quando a rede Magazine Luiza declarou aberta a ação afirmativa pró-negros, no seu Programa de Trainee para 2021, no qual somente negros poderiam se candidatar. Muitos afirmaram que esse tipo de ação seria um exemplo de racismo reverso, por excluir os brancos do processo seletivo.

Essa iniciativa foi defendida pela presidente do Conselho do Magalu, Luiza Helena Trajano, no programa Roda Viva. Luiza relatou que a ideia do Trainee surgiu após a empresa identificar que apenas 16% das pessoas em posição de comando eram negras e que realizar programas abertos a todos não estava sendo eficiente para atingir o objetivo de aumentar essa porcentagem, pois a participação dos negros era inibida por estarem competindo com brancos, que sempre é uma competição desigual.

O racismo reverso não existe pelo mesmo motivo que não há o dia da consciência branca, os brancos ocupam uma posição de privilégio na sociedade, que os impede de sofrer diversos preconceitos e também os beneficia.

Ainda sobre a entrevista, a empresária responde muito sutilmente o porquê do racismo reverso não existir com um conselho “Nós temos que entender o que é racismo estrutural. O dia que eu entendi, eu até chorei”. Pensando nisso, recomendamos a leitura dos posts anteriores que abordam esse assunto.

Queremos agradecer a todos que acompanharam o Instituto Modo Parités durante o mês de novembro. Este foi o último post da nossa campanha da Consciência Negra, mas nosso empenho em combater o racismo segue durante todo o ano, pois acreditamos que devemos nos posicionar contra essa doença social todos os dias, e em todos os momentos que for preciso. Assim estaremos mais próximos da sociedade justa e igualitária em que desejamos viver.