Dia Nacional do idoso - mais qualidade de vida e mais preconceitos
Por: Raquel Paoliello
Dia 01 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Idoso, um dia que merece ser celebrado, pois os nossos idosos precisam de respeito e dias mais tranquilos depois de uma vida inteira de trabalho e preocupações.
No Brasil, em uma pesquisa feita pelo IBGE em 2019, o número de idosos chegou a 32,9 milhões. Esses números mostram que a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo e o número de pessoas com mais de 60 anos no país já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. De acordo com esses dados, entendemos que por conta de políticas públicas, melhores condições de tratamento e conhecimentos especializados, a vida dos idosos está ficando melhor e mais longínqua.
A possibilidade de uma vida mais saudável tem ficado cada vez mais possível, se pensarmos no passado em comparação com o presente. O Estatuto do Idoso, LEI No 10.741, de 1º de outubro 2003, trouxe importantes artigos para que as condições de vida do idoso possam ter amparos legais e direcionamentos próprios para esse período tão importante da vida.
Naturalmente, a experiência de vida só acontece no passar dos anos, na construção de nossas histórias, e esta trajetória merece respeito. Porém, com o envelhecimento e a convivência de muitas gerações em idade produtiva, elementos novos desafiadores também surgem, como preconceito, desvalorização, discriminação e exclusão das pessoas idosas. Recentemente o preconceito dirigido às pessoas que vivem mais, ou mesmo, para quem apenas completou pouco mais de 40 anos, ganhou um nome: ETARISMO.
Certamente compreende-se que existem ainda muitos idosos que não conseguem ter tratamentos de qualidade e condições de aposentadorias adequadas às suas realidades, por diversos fatores, inclusive pelo tamanho e diferenças gigantescas que temos no Brasil por conta da má distribuição de renda e condições de trabalho adversas.
O Etarismo é o preconceito contra os idosos que precisa ser assumido e combatido. O Etarismo velado ocorre o tempo todo e passa despercebido, inclusive pelos idosos. Manifestações de preconceito com base na faixa etária são relatadas em diversas situações do cotidiano. No mercado de trabalho, por exemplo, o etarismo pode levar a disparidades salariais e a uma maior dificuldade de encontrar emprego. Além do etarismo que acontece em muitos núcleos sociais e no âmbito familiar, quando a pessoa deixa de ser “produtiva”.
Etarismo, ageísmo ou idadismo são traduções para o termo em inglês “ageism”, criado pelo médico psiquiatra Robert Neil Butler para definir o preconceito baseado na idade. Ou seja, trata-se da discriminação etária contra pessoas ou grupos. No entanto, o conceito evoluiu para ser frequentemente aplicado a qualquer tipo de discriminação com base na idade, quer envolva preconceito contra, adultos ou idosos.
A American Psychological Association sugere que o preconceito de idade é uma questão séria, que deve ser tratada da mesma forma que a discriminação baseada em gênero, etnia ou orientação sexual, por exemplo. A organização aponta a necessidade de aumentar a consciência pública sobre os problemas que o preconceito de idade cria.
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