Buscar
23 de setembro, Dia Internacional da Língua de Sinais
- ivonesantana6
- 23 de set. de 2022
- 4 min de leitura
Por Sergio Gomes

Dia Internacional da Língua de Sinais
No dia 23 de setembro comemora-se o Dia Internacional da Língua de Sinais. Não existe uma língua de sinais universal. Como acontece com as línguas faladas, as línguas gestuais mudam de acordo com a região. Estima-se que existam mais de 200 línguas de sinais diferentes pelo mundo. Cada uma se aproveita da sua cultura para estabelecer os gestos que serão aplicados para cada palavra ou frase.
O dia foi estabelecido nessa data porque é quando se comemora a fundação em 1951 da Federação Mundial de Surdos, em Roma, na Itália e no inglês World Federation of the Deaf (WFD). A pedido da Federação Mundial dos surdos a ONU resolveu em 2017 estabelecer como o dia 23 de setembro, pois coincide com a data de fundação da WFD. Na ocasião, o presidente da WFD, Colin Allen, disse que “esta resolução reconhece a importância da língua de sinais e dos serviços em línguas de sinais estarem disponíveis para os surdos o mais cedo possível. Também enfatiza o princípio de nada sobre nós sem nós em termos de trabalhar com comunidades de surdos”.
No Brasil estima-se que mais de 2 milhões de pessoas usem a Libras para se comunicar.
Sobre a Língua de Sinais o presidente da Associação dos Surdos de São Paulo, Jorge Rodrigues explica “É por meio dela que a gente se expressa plenamente, interage com as pessoas surdas, conserva a nossa história enquanto comunidade, sem isso a gente não tem nada”. A língua de sinais chegou a ser proibida por Lei. Em 2002 houve uma importante conquista para a comunidade surda no Brasil, a Libras (Língua Brasileira de Sinais) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, de acordo com a lei nº 10.436/2.002.
Dia Nacional do Surdo
No dia 26 de setembro comemora-se o Dia do Surdo e no Brasil são mais de 9 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva. O mês de setembro é conhecido também como setembro azul, pois é o mês da visibilidade da Comunidade Surda Brasileira. E por que o azul? Esse fato remete à Segunda Grande Guerra, quando todas as pessoas com alguma deficiência, entre elas os surdos, eram identificadas com uma faixa azul no braço e depois enviadas para campos de extermínio onde eram executadas.
O Dia Nacional do Surdo foi instituído em 2008, por meio do decreto de lei nº 11.796.
Nesse dia especial conversamos por e-mail com Camila Delfino, 38, que é surda, poeta e professora de Libras e também é bilíngue (Libras e fala) e ela nos conta um pouco mais sobre a vivência da surdez e ela começa nos falando de suas maiores dificuldades no dia a dia “Nos hospitais, nos bancos, cinemas e algumas lojas, muitas pessoas não entendem ou não querem entender a importância de usar Libras (bem básica) para se comunicar com as pessoas surdas, eu, por exemplo, escrevo usando o português, as pessoas se espantam (por ignorância), pois acham que surdos não sabem se comunicar por escrito. Outro exemplo é nos perguntar se sabemos ler, sendo que já sabem ou conhecem minha história e ou pessoas que não me conhecem e perguntam ‘sabe ler?’ eu falo ‘Desculpa, se te dei um bilhete (que já está escrito a minha própria mão) para você ler, porque eu não saberia ler e escrever?’ isso acontece muito. Então as pessoas “reclamam” que surdos deveriam aprender a falar, se nós somos da diversidade, porque elas não podem fazer um pequeno esforço para entender em Libras, não necessariamente ser fluente, mas saber alguns sinais básicos.

Комментарии