21 de Março | Dia de luta contra a discriminação racial
DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL
Artigo de Walison Henrique Pereira, para o blog do Instituto Modo Parités
No dia 21 de março de 1960, na África do Sul, a polícia abriu fogo e matou 69 pessoas desarmadas que estavam protestando nas ruas de forma pacífica contra a lei de Apartheid. Foi a partir desse acontecimento que essa data se tornou símbolo do combate à discriminação racial.
O Apartheid foi um sistema de segregação racial implementado na África do Sul entre 1948 e 1994. Apartheid significa “separação”. A ideia era baseada pela supremacia branca e promovia a segregaçãoentre pessoas negras e brancas, em todas as áreas da sociedade, como moradia, emprego, transporte, trajetos e educação.
Ao longo da história, muitos grupos e indivíduos lutaram pelo fim da discriminação. Como Martin Luther King, Carolina Maria de Jesus, Malcoml X, Marielle Franco.
É importante reconhecer que é uma luta coletiva, que continua até os dias de hoje, e muitas pessoas em todo o mundo continuam a desempenhar papéis importantes, trabalhando para promover a igualdade, a justiça e o respeito, independentemente de sua raça ou origem.
Quais os benefícios da equidade?
. Promoção da Igualdade: A discriminação não permite que todas as pessoas tenham acesso igual e as mesmas oportunidade. A igualdade racial é uma questão de justiça social, que garanta que todas as pessoas tenham os mesmos direitos.
. Construção de sociedade com mais harmonia: A discriminação racial cria divisões e tensões na sociedade. Ao promover a igualdade racial, podemos construir comunidades com mais direitos humanos, onde todas as pessoas se sintam valorizadas e incluídas.
. Redução da violência: Um trecho da música “Capítulo 4, Versículo 3” do Grupo de Rap Racionais diz o que as estatísticas divulgam diariamente: “A cada quatro pessoas mortas pela polícia, três são negras
. Promover a igualdade diminui a violência que pessoas negras sofrem diariamente. A discriminação é evidente no Brasil, e números não faltam para demonstrar isso. Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos são negros, e a cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo.
Pessoas negras frequentemente enfrentam violência física e verbal devido ao racismo estrutural.
. Conscientização e educação: Uma das principais formas de luta contra a discriminação racial é a educação.
Como nos tornarmos aliados na luta contra a discriminação racial?
O primeiro passo para combater o preconceito racial é buscar conhecimento. Dedicar a aprender sobre a história, a cultura e as experiências das diferentes comunidades raciais.
Denise Carreira é professora da USP, escritora, foi coordenadora da Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, do Centro de Educação Popular e Direitos Humanos do Acre e da Coalizão Direitos. Ela escreve, em artigo publicado na Revista Conectas em novembro de 2018, edição 28:
"Por fim, vale dizer que a transformação almejada exige, sobretudo, uma disposição para que as pessoas brancas se coloquem ativamente como aprendizes nessa reconstrução das relações raciais, enfrentando o desconforto, o medo, o desconhecimento; reeducando olhares e escutas; refletindo e avaliando suas ações em diálogo com pessoas negras e indígenas; desconstruindo a produção de privilégios, das discriminações e das violências no cotidiano e nas instituições e se abrindo para descobrir tudo aquilo que perdemos aos longo de séculos e atualmente – como seres humanos – ao negar o reconhecimento da dignidade, dos conhecimentos, da história, das culturas e dos valores civilizatórios dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas."
“Numa sociedade racista, não basta não ser racista.
É necessário ser antirracista.”
Angela Davis
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